Cicatrizes
O que é a cirurgia de correção de Cicatrizes e qual sua indicação
As Cicatrizes são sinais visíveis do processo natural de reparação de tecidos orgânicos decorrente de incisões de uma cirurgia ou de lesões causadas por agentes mecânicos, térmicos, químicos ou bacterianos. Às vezes, o desenvolvimento de uma cicatrização pode ser imprevisível e levar ao surgimento de Cicatrizes desfavoráveis ou inestéticas em relação à cor, textura, elasticidade e aspecto do restante da pele.
Determinadas áreas do corpo têm maior risco de desenvolver alterações cicatriciais como o anterior do tórax, ombros, costas, lóbulos de orelhas e outras de mais movimentos e esforços. Todavia, o problema está na aparência precária na grande maioria das vezes. Mas, há casos que podem prejudicar os movimentos e a funcionalidade da região onde estão localizadas.
Alguns fatores influenciam como tamanhos maiores e quando há perda de substâncias. Além disso, peles escuras ou de descendentes de orientais, localizadas paralelas às linhas de menor tensão da pele, incidência de sol, consumo de alimentos açucarados, doenças crônicas, alguns medicamentos, tabagismo, obesidade, entre outros.
A cirurgia plástica para correção de Cicatrizes é indicada às pessoas de qualquer idade. Principalmente, aquelas que se incomodam com a aparência de sua pele cicatrizada cujo aspecto é esteticamente ruim ou que causa problemas de movimento. O procedimento corrige irregularidades na textura, bem como o tamanho ou cor da cicatriz.
Tipos de Cicatrizes
A melhor cicatrização acontece quando um lado da pele se une ao outro e deixa somente um risco ou uma marca bem discreta. Geralmente, as boas Cicatrizes ficam menos notáveis com o passar dos anos. Porém, há aquelas que apresentam alterações na sua formação:
Queloide – É uma cicatriz elevada, endurecida e de crescimento acima do normal que pode doer, coçar e enrugar. É causada por produção excessiva de feixes de colágeno mais espessos e desorganizados. Estende-se para além das bordas de uma incisão ou lesão. Tem predisposição genética comumente. É mais frequente na face, pescoço, orelhas, peito, ombros e braços.
Hipertrófica – Torna-se elevada e espessa por causa do desordenamento das fibras de colágeno. A princípio, desenvolve-se no local da cicatrização, alinhada ao plano da epiderme. Ou seja, não ultrapassa os limites da ferida inicial. Apresenta tendência à regressão com o tempo. Porém, cresce e causa desconforto quando não regride espontaneamente.
Atrófica – Resultado de perda de músculo e gordura. Nesse sentido, deixa uma espécie de buraco na pele. Frequentemente, está associada à acne, varicela etc., além de incisão cirúrgica e lesão por acidente. Sobretudo, ocorre em pele muito fina com distúrbios de cicatrização devido a doenças metabólicas e carências nutricionais.
Contratura – Ocorre quando há perda de uma grande quantidade de tecido. Por exemplo, após uma queimadura. Repuxa os tecidos adjacentes e dificulta a movimentação normal da área afetada. Principalmente, articulações como dedos, cotovelos, joelhos e pescoço.
Alargada – Fica mais baixa do que a pele, frouxa e espalhada. Pode resultar de tensão aumentada nas laterais da cicatriz ou de ruptura de pontos, bem como da cicatrização por segunda intenção. Ou seja, quando há perda excessiva de tecido e as feridas são deixadas abertas e se fecham por meio de contração e epitelização.
Sobre o procedimento
Aconselhamos a você ler a página Como se preparar para um procedimento antes de comparecer à primeira consulta. Iniciamos o planejamento cirúrgico sob medida se a cirurgia de correção de Cicatrizes for indicada. Solicitamos a realização de exames laboratoriais, de imagens e cardiológicos, dependendo da complexidade do procedimento. Não apenas passamos todas as informações necessárias para o pré e pós-operatório como também ficamos à disposição para esclarecer todas as suas dúvidas.
A escolha do tratamento depende da localização, tipo e tamanho da cicatriz e o tipo de anestesia consequentemente. Por vezes, é realizado em etapas e com a combinação de várias técnicas de correção, o que pode levar anos. Por outro lado, uma cicatriz não pode ser completamente apagada apesar dessas opções levarem a resultados estéticos bem agradáveis. O objetivo é deixá-la com boa movimentação, discreta e plana. Além disso, torná-la o mais uniforme possível em relação ao tom e textura de pele circundante.
Tratamento tópico
O tratamento tópico é uma das opções de correção cicatricial. Todavia, ele é feito com o uso de géis, fitas, cremes clareadores, cremes com corticoide, placas de silicone, curativos compressivos, entre outros. Estes produtos são utilizados para ajudar no fechamento da lesão e tratar Cicatrizes superficiais existentes. Ou seja, diminuem a capacidade da pele de produzir pigmento irregular e ajudam na cicatrização dos procedimentos cirúrgicos.
Tratamento injetável
O tratamento injetável é utilizado nas Cicatrizes atróficas ou deprimidas. Frequentemente, fazemos o preenchimento de substâncias como o ácido hialurônico, polimetilmetacrilato ou a gordura autógena por baixo da cicatriz, de forma a deixá-la nivelada à pele circundante. Similarmente, o uso da injeção de corticoides nas hipertróficas diminui a formação de colágeno e reduz seus tamanhos e espessamentos. O resultado dura de três meses a vários anos, dependendo da substância injetável utilizada e as condições da cicatriz. Neste caso, é só repetir a terapia para manter a melhora na aparência.
Tratamento de superfície
O tratamento de superfície é outra opção em que utilizamos um meio controlado de remoção mecânica das camadas superiores da pele. Nesse sentido, provocamos uma alteração da natureza do tecido. É o chamado de procedimento minimamente invasivo. Contudo, é indicado para suavizar inconstâncias da superfície da pele e reduzir pigmentação irregular, principalmente, de Cicatrizes mais leves. Entre os meios estão: dermoabrasão, peeling químico, laser, radiofrequência, ultrassom, carboxiterapia etc.
Cirurgia plástica
A cirurgia plástica é indicada para os casos de correção de Cicatrizes que requerem incisões, remoção ou reorientação de partes da pele afetada e fechamento em camadas. Principalmente, em áreas de articulações com alto grau de movimento. Utilizamos várias técnicas cirúrgicas. Por exemplo, a incisão no tratamento de queloides é intralesional através da retirada de um segmento de dentro da cicatriz, diminuindo sua largura e espessura, sem correr o risco de criar outras lesões.
Técnicas avançadas de correção de cicatriz incluem fechamento do retalho para reposicionar uma cicatriz de modo que fique menos visível. Igualmente, tem o objetivo de melhorar a flexibilidade onde a contratura restringe o movimento. Expandimos o tecido através de um balão inflável colocado sob a pele perto do local da cicatriz em outra técnica. Assim, é indicada para Cicatrizes muito largas.
O balão é preenchido lentamente com solução estéril ao longo do tempo. Por fim, expansor e a cicatriz são removidos e a pele esticada substitui o tecido cicatricial depois que a pele está suficientemente alongada.
Substitutos farmacêuticos de tecidos podem ser utilizados se o tecido saudável não estiver presente para fechar uma excisão da cicatriz. Frequentemente, corrigem cicatrizes de queimaduras graves.
Pós-Operatório e Resultado
A(O) paciente ser liberada(o) imediatamente após a cirurgia dependendo da complexidade e da técnica utilizada na cirurgia. Eventualmente, tem que aguardar algumas horas ou pode ficar internada(o) de 12 a 24 horas, caso seja utilizada a anestesia geral. Passamos um cronograma para troca dos curativos e dos pontos, o que pode levar de 1 a 2 semanas. Na mesma data, fazemos retirada dos drenos, caso eles sejam necessários devido ao descolamento grande de pele.
Na maioria das vezes, a dor ocasional está associada ao movimento da região operada. Ela costuma regredir com analgésicos. A fase inicial de cicatrização pode apresentar inchaço localizado, descoloração ou desconforto durante as 2 primeiras semanas. A cicatrização continua por várias semanas. Pode ocorrer uma pequena alteração de sensibilidade nos primeiros 2 meses ou pouco mais, o que desaparece gradualmente.
Geralmente, a volta ao trabalho (sem esforço físico, o de escritório ou home office) é após 1 semana da cirurgia. Volta à rotina entre 2 e 3 semanas, evitando movimentos bruscos ou qualquer atividade que possa forçar muito a região operada.
O retorno às atividades físicas depende do tipo de exercícios e da evolução individual. Não existe um período padrão. Exercícios pesados envolvendo a área operada devem aguardar 1 mês, no mínimo, dependendo do caso.
Evitar ao máximo exposição solar direta na região operada por pelo menos 1 mês, mesmo com roupas. O uso de um protetor solar de boa qualidade e acima de 50 FPS (fator de proteção solar) é fundamental a partir da retirada dos curativos e ao longo da vida.
O resultado da cirurgia de correção de Cicatrizes pode levar vários meses para se tornar aparente. Em alguns casos, pode levar um ano para a nova cicatriz evoluir completamente. Ela melhora significativamente até atingir a sua aparência definitiva em 1 ano.